Coloca essa música pra tocar antes de ler essa parte.
23/11/2016: WE ARE THE CHAMPIONS
EU TERMINEI O NANOOOOOOOO!!!!!
Gente não sei nem explicar a felicidade que deu em ver aquelas 50 mil palavras no gráfico. É uma felicidade misturada com aquela satisfação comigo mesma tipo YOU DID IT!
(na minha cabeça a Meryl Streep tá me parabenizando).
Eu escrevi umas 2000 palavras e faltavam apenas 1100 pra bater a meta. Claro que não consegui deixar para outro dia. Eu ainda pretendo continuar escrevendo, ainda falta muito para terminar o livro e na minha cabeça a história é uma série, então ainda teria mais livros.
Eu não vou continuar postando dia-a-dia, mas vou fazer uns updates de vez em quando.
Sobre as lições que o nano trouxe
(ou, eu me sinto como o cara do How I Met Your Mother que fez uma série e publicou um livro de como ser um ator de sucesso)
1. Escrever bem é um hábito
Ninguém espera que os jogadores de futebol ou pianistas saiam do útero fazendo o que fazem sem nenhum tipo de prática. Claro que tem um ou outro que ta aí para humilhar geral e são os poucos chamados de gênios. Mas os outros 99% são pura disciplina e anos de prática.
Conforme eu li manuscritos antigos de escritores famosos, eu percebi que a escrita é a mesma coisa. Ninguém nasce sabendo ou escreve livros maravilhosos de primeira. É tudo uma questão de praticar e ganhar experiencia.
E o nano esta ai pra isso, pra te fazer praticar durante um mês seguido e talvez fazer disso um hábito que você leve para vida. Não adianta querer escrever só em novembro que sua escrita (provavelmente) não vai melhorar.
Por isso eu decidi que vou tentar escrever todos os dias (começando por hoje, 24/11). Ainda não decidi se vou colocar um mínimo de palavras por dia ou se vou escrevendo o que der (apesar que isso parece que não vai dar muito certo). Mas me comprometo a tentar todos os dias.
2. Descubra o que funciona para você.
No livro "sobre a escrita" do Stephen King ele fala para fugir de livros "fórmula" que te dizem o que você pode ou não fazer (o que é bem irônico, pois nos capítulos seguintes ele joga um monte de regras pra você seguir. Enfim).
E isso é bem verdade. É bom saber o que funciona e o que não funciona? Sim. Mas nem sempre isso vai ser uma regra. A voz passiva deve ser usada de vez em quando, mas com parcimônia. Os advérbios não podem ser largados de uma vez e nem totalmente (hehe!), principalmente na língua portuguesa.
No final, você precisa achar o que funciona para você. Se você sente que está escrevendo bem como está, continue. Vi uma discussão outro dia de uma pessoa que estava falando que o nível de qualidade da escrita dela caiu muito e se valia a pena continuar com a qualidade baixa.
Alguns responderam que para eles não vale a pena escrever se não for 100%. Outros que é um primeiro rascunho e todos os primeiros rascunhos são ruins. Quem está certo? Todos.
Para mim, esse primeiro rascunho está servindo como um mapa da história, aonde eu estou mostrando tudo o que eu preciso passar e tudo o que eu preciso saber. Preciso desenhar um mapa (de verdade) para o mundo que eu criei. Preciso me aprofundar nas culturas de cada lugar. Preciso buscar mais nomes, mais costumes, mais roupas, mais referencias.
Ou seja, minha escrita agora não é prioridade. Não quer dizer que isso seja certo ou errado, mas é o que funciona para mim. Se eu fosse deixar para pesquisar TUDO antes de começar a escrever e ter todas as cenas prontas, eu sei que não começaria nunca.
Busque o que funciona para você e não dê ouvidos a regras de outras pessoas (mesmo se elas forem autores super famosos).
3. Pesquisa é importante
Mais uma vez, isso valeu para mim. Segundo o King, a história perde a fluidez e ele só escreve quando ele senta, sem pensar no que vai acontecer, deixando a história vir para ele. Muito poético e funciona para ele. Mas eu ouso dizer (me contradizendo ali encima) que isso só funciona para alguns gêneros. Eu acho que se você precisar escrever um mistério, fantasia, sci-fi, romance policial, não vai dar para sentar e escrever. Ou talvez você faça isso, mas vai precisar revisitar o que você escreveu e inserir alguma pesquisa.
Eu pesquisei bastante antes de começar, pelo menos o que eu achei necessário. Precisava saber o nome de todos/tudo na história. Precisava saber mais ou menos onde tudo ficava e também buscar mitos e lendas já conhecidos.
Sempre dá pra chegar num meio termo.
Mas, novamente, faça o que dá certo para você.
4. Você é seu maior inimigo (mas tem alguns no meio do caminho também) ou: saiba por que você esta fazendo isso.
A vontade de editar ou desistir é muito grande, principalmente se você lê bastante. É bem difícil não se comparar com autores que você ama ou até mesmo com colegas. Eu tive grande problema quando as pessoas estavam terminando no dia dez e eu ainda estava longe da meta. Eu também me comparei com as pessoas que postavam fotos da sua história, querendo saber se estava tão bom quanto o deles.
Ou seja, é essa auto-sabotagem que a gente conhece. Óbvio que há pessoas, principalmente em grupos, que curtem dar aquela desanimada nas outras também. Evite. O grupo do Nano no facebook foi muito bom nesse ponto. Sem picuinha ou briga de egos. O pessoal quer se ajudar e ponto.
Meu conselho na hora que você estiver para desistir é pensar porquê você começou? Talvez você queira ser um autor publicado, ver seu nome no NY Times, ter milhares de fãs. Talvez você queira contar uma história, publicar um ebook na amazon, ver no que vai dar. Talvez você só quer provar para si mesmo que você consegue. Só você pode dar o seu motivo. Não minta para você mesmo.
Não tem vergonha em querer ganhar dinheiro (apesar de ser bem difícil). Não tem problema em querer publicar de graça no wattpad. Não tem problema em não querer publicar. O seu motivo é seu e você não precisa ficar se explicando para ninguém (nem para você mesmo).
Entenda o motivo pelo qual você começou e lembre dele todas as vezes que pensar em desistir.
5. Entenda seus pontos fracos e os aceite. Depois destrua-os com a força de mil sóis.
Ou quase isso. Eu tenho que admitir que gramatica não é meu forte. Eu não sei direito quando usar porque/porquê/por que/por quê e admito que abro a página brasil escola sempre que vou escrever para consultar. E esse nem é dos meus maiores problemas.
Eu posso ter vergonha de admitir, mas vergonha não muda nada. Eu precisei aceitar que eu sou péssima e estudar para mudar. Você nunca vai saber de tudo e isso é o único fato da vida que a gente pode ter certeza (é só você buscar no google "keanu reeves imortal" para duvidar da morte, então encerramos essa questão).
Volta para a questão da prática. Depois de um tempo você vai saber. Eu acho. Para isso serve o google né.
Alguns links uteis:
Scrivener: Um software muito legal para escrita. É uma mistura de Word + Pinterest + Pastas do Windows + Outras coisas bem legais que ajuda muito a não ter que sair desse ambiente, ficar procurando no google e acabar numa espiral de decadência de videos de animais no youtube. É pago, mas todos os participantes em 20% de desconto e os ganhadores 50%.
Dicionário Criativo: além do significado mostra sinônimos, antônimos, frases usadas e expressões que significam aquela palavra. Ajudou bastante (e vai ajudar mais ainda na revisão).
Pinterest: O álbum do meu livro é privado por motivos de vergonha. Mas vale muito a pena buscar as referencias lá num primeiro momento e depois selecionar as que realmente vão te ajudar.
Pep talks do próprio Nano: Os organizadores do Nanowrimo convidam autores a dar pequenos discursos motivacionais que te ajudem a continuar. É sempre muito legal ver. Meus favoritos: Neil Gaiman, Maggie Stiefvater (<3), Erin Morgenstern. Leiam, realmente ajuda.
E é isso. Acho que esse é o maior texto que esse blog já teve. Eu vou continuar escrevendo até o fim do Nano e também pretendo continuar até o fim dos tempos quando o apocalipse zumbi chegar. Encontrem meus manuscritos. Publiquem-os nas sociedades que virão.
E mais importante: escrevam!
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