23.2.23

É isso ai

(sim, vou fingir que nada aconteceu)

Tirei minhas primeiras férias em muito tempo (acho que desde 2019). Triste pensar que uma semana depois o lugar está completamente devastado por causa das chuvas e negligencia.

Entrei no meu ultimo ano dos vinte anos. Não sei bem o que isso significa (deveria significar alguma coisa?). Eu nunca fui muito apegada na idade, mas acho que eu esperava ter muito mais coisas "resolvidas" aos 30. Ganhar muito dinheiro, casar, ter filhos, ter uma casa própria. Eu consegui alguma dessas coisas, mas me sinto uma adolescente ainda, sem coragem ou vontade de dar outros passos.

Esses ultimos anos foram bem dificeis para mim, não só com a pandemia e tudo que aconteceu, mas eu finalmente comecei a enfrentar de verdade os meus traumas, minha ansiedade e depressão. No ano passado comecei com a medicação e fiquei chocada de como a vida pode ser? Os dias são legais e bonitos? Eu não estou exausta no momento em que eu acordo? Eu sinto vontade de fazer as coisas? Não sei porque lutei tanto tempo com relação a medicação (ok, eu sei que é porque eu sempre ouço da familia que a pessoa que toma medicação é louca).

Isso é outra coisa que tem sido dificil, mas importante: me distanciar das ideias que sempre me cercaram como verdades absolutas e que reprimiam tudo que eu sou e o que eu gosto. Me mudar, ter minhas próprias responsabilidades e tomar minhas próprias escolhas, entender o que eu quero e como eu quero significa fazer outras muitas perguntas e questionamentos que machucam, mas que precisam ser feitos.


O que no geral sinto que está fazendo muito bem para mim. E foi assim que eu resolvi tirar férias e ignorar o mundo por nove dias, sem deixar a ansiedade me controlar e dizer que eu deveria estar sendo produtiva de alguma forma. Foi assim que eu me inscrevi para uma aula de ceramica sem grandes expectativas, só pra ver como vai ser.


E foi assim que eu resolvi voltar a postar aqui e escrever o que eu quisesse, sem me preocupar com o que as pessoas iam pensar, sem filtrar a minha vida ou ficar planejando algo muito legal.

Então é isso ai.



28.9.21

Comeback

 Quem é vivo sempre aparece.

Pensei em fazer esse comeback do blog muitas vezes, blogs novos foram criados (e abandonados), mudanças foram feitas e animais foram adotados.

A verdade é que eu sou uma pessoa muito diferente da pessoa que eu era em Agosto de 2018. Tem muitas coisas que a gente só consegue ver de verdade em retrospecto e meu abandono - do blog, da vida, dos amigos, fez parte do ano mais dificil da minha vida. Em 2019, depois que minha mãe faleceu, eu me senti um pouco melhor, por mais horrível que isso possa parecer. Eu passei mais de 7 meses cuidando dela todos os dias, neglicenciando minha saúde e minha própria vida. E depois eu senti que ela não sofria mais. E desde então eu queria voltar - queria tirar fotos lindas da minha rotina perfeita, planejar e executar mil e uma coisas, tudo para não enfrentar nenhum tipo de luto.

E ai veio uma pandemia global que acabou com os meus planos e os de todas as pessoas e fez o mundo mergulhar no luto que eu estava evitando viver. E eu continuei com minha rotina perfeita de casa, fazendo coisas e preenchendo meus dias. Mas ai eu cai. Eu ainda não consigo ver uma causa. Se o fazer fazer fazer não foi o suficiente para mascarar que eu não sabia porque eu estava fazendo as coisas da minha vida. Se a pandemia foi o golpe final. E eu levantei (ou melhor, estou levantando, aos poucos).

A vontade de voltar - e escrever e tirar fotos ainda era grande, mas para quê? Pra que escrever um blog que ninguém lê? Pra que fazer qualquer coisa online que não seja criar conteúdo? Voltar a blogar quando todos os outros blogs que eu acompanhava sumiram?

Eu não sei porque - mas cansei de suprimir a vontade de voltar por não saber as respostas.









21.8.18

Séries

Eu adoro ver posts alheios sobre séries e filmes porque eu adoro pegar indicações novas e maratonar séries (muito milenial) e depois ficar completamente obcecada com elas. As minhas indicações aqui não são nada de muito novo, mas tem meu selo de aprovação.



01. The 100 | 5 temporadas

Já falei sobre essa série aqui antes, mas ela continua sendo uma das minhas preferidas da vida. No momento estamos na quinta temporada então não tenho como falar sobre o que ocorre sem dar spoilers.
A série se passa no futuro, onde depois de uma guerra nuclear, os seres humanos sobreviventes moram na Arca - uma estação espacial. Quando uma falha é descoberta, 100 jovens criminosos são enviados para a terra na esperança que ela seja habitável. Porém quando eles chegam lá, descobrem que algumas pessoas sobreviveram e não estão afim de dividir o espaço.
Essa não é uma série promissora nos primeiros episódios. Eu vi os primeiros três episódios umas quatro vezes antes de prosseguir com a série. Era muito adolescente cheio de clichês. Mas depois fica muito melhor e depois de um tempo você percebe que o tom da série fica muito mais sombrio. As pessoas precisam tomar decisões horríveis em nome da sobrevivência. E a série fica tão diferente no decorrer das temporadas que é bom não procurar nada para não tomar spoilers.


02. Good girls | 1 temporada

Comecei a ver essa série durante a viagem nos trajetos e durante meu vôo do inferno de 13 horas com crianças chorando o vôo inteiro.
Ela fala sobre três donas de casa que acabam assaltando um mercado por dificuldades financeiras. Porém o dinheiro que elas roubam acaba trazendo um monte de consequências que elas não previram.
Essa série é muito engraçada. É um humor peculiar, mas eu adorei. Acabei maratonando ela no vôo inteiro e deixou ele quase tolerável.
Ela é bem simples e possui uma vibe um pouco Breaking Bad, mas com toques de comedia. 


03. The good place | 2 temporadas
Acho que quase todo mundo conhece essa série hoje em dia, mas não tinha como não recomendar.
A Eleanor acorda no Lugar Bom, porque ela morreu, mas durante a vida foi uma pessoa muito boa, lutou por causas humanitárias, ajudou todos na sua vida. Agora, depois de morta, ela merece descansar num lugar Bom.
Exceto que ela era uma pessoa horrível. Ela foi mandada para o lugar bom por engano. Ai ela precisa aprender a se tornar uma pessoa decente. Viciei umas 3 pessoas nessa série e o final da primeira temporada é muito legal. Não procure nada sobre ela para não tomar spoiler.


04. Brooklyn 99 | 5 temporadas
Eu vi alguns episódios dessa série e achei muito boba. Ai quando teve todo o bafafá sobre o cancelamento (e salvamento) dessa série, pensei que seria legal ver. 
Ela não tem muito uma história, vai seguindo a vida do Jake Peralta, um detetive de Nova York, na delegacia 99 do Brooklyn. Jake é super infantil e o humor dele não é pra todo mundo, mas os outros personagens ajudam a compensar. Rosa Diaz é aquela mulher fodona (e a atriz dela tem uma voz muito diferente!), a Amy Santiago é super capaz, uma Hermione policial, o Terry é um policial forte e grandão, mas muito fofo e simpático (e ama iogurte).
A série tem problemas com algumas piadas, mas está sempre tentando melhorar. É cheia de representação (personagens latinos, negros, gays, bissexuais) e aborda alguns temas (como violência policial contra negros) de uma forma mais leve. Não me arrependi de continuar a ver.

17.8.18

Skincare Dia




Acho que nesses últimos tempos tem muita gente falando sobre cuidados com a pele. Comecei a me importar um pouco mais com isso no ano passado, quando eu tive uma alergia louca que só era controlada com o uso constante de alguns remédios e hidratantes.

Depois disso, eu comecei a buscar uma rotina de cuidados para seguir todos os dias, de manhã e de noite. Primeiro de tudo: eu não busco uma pele perfeita. Acho que todos esses cremes, séruns e outras coisas que eu passo, são, acima de tudo, um tempinho que eu acho no meu dia a dia para cuidar de mim mesma.

É muito fácil para a gente esquecer de nos olhar no espelho. Quando comecei a terapia no começo do ano passado, eu percebi que minha auto estima estava tão ruim que eu evitava ao máximo me olhar. Eu tomava banho rapidamente, me vestia e voltava para o meu canto.

Esses cuidados podem ser vistos como fúteis ou desnecessários para alguns, mas me ajudaram muito a recuperar um pouco do amor próprio - de realmente olhar para mim e ver o que eu precisava. Além disso cuidar da pele é sempre bom e me deixa com sensação de que estou fazendo algo por mim mesma.

De manhã eu tento ter o menos possível de coisas para passar, primeiro porque não tenho muito tempo para ficar me arrumando e também porque eu sinto que se eu coloco muita coisa, minha pele fica com aquela aparência pesada de um milhão de produtos. Eu raramente passo maquiagem, apesar de estar começando a mudar isso.

Meus seis passos de manhã:


1. Effaclar Concentrado - La Roche Posay

Primeiro de tudo eu limpo a pele. Como eu passo bastante coisas de noite, eu limpo com sabonete e com uma espojinha de silicone (que é uma nova aquisição). Esse sabonete da La Roche foi bastante mostrado pelas influencers por ai e eu ganhei um pequeno quando comprei o protetor solar. Acabei gostando bastante e comprei um grande.

2. Tônico de Calêndula - Kiehl's 

Depois de limpar, eu tonifico. Para ser sincera, é uma coisa bem nova para mim. Quase todos os tônicos que eu tentei usar antes tinham álcool e irritavam minha pele, então eu acabava não usando até o final. Quando estava viajando e entrei na Kiehl's para comprar um outro produto, a moça me mostrou esse tônico de calêndula que ajuda peles oleosas e não tem álcool nenhum. Acabei incorporando já na viagem e gostei bastante. Acho que o único ponto negativo da Kiehl's é que os produtos deles estão sempre esgotados no site.



3. Essência de Tratamento de Extrato de Iris - Kiehl's

O próximo passo também é novo, mas já um dos preferidos: a Essência de tratamento. Nada mais é que uma água hidratante com algumas outras propriedades. Esse foi um dos produtos que logo na primeira semana já fez uma diferença enorme na minha pele. O bom é que, apesar de caro, eu uso algumas gotas por dia e apesar de já estar usando quase a um mês, ele ainda nem parece que foi usado.

4. Mineral 89 - Vichy

Depois eu passo o sérum de hidratação. Minha pele é mista, mas se eu não hidratar bem, ela começa a descascar e dar aquelas alergias. Esse sérum da Vichy também está bem famoso e eu comprei na Black Friday, em uma farmácia qualquer pela internet porque estava pela metade do preço. Aproveitei para re-estocar na viagem. Eu acho que ele hidrata as camadas mais profundas, é aquela hidratação que a gente só vê com uso continuo. Tem gente que usa só ele como hidratante, mas gosto de passar um creme depois pois sinto que só ele não dá conta.



5. Hidratante de Romã - Korres

Aí eu passo o creme hidratante. Eu evitei passar dois hidratantes porque sentia que era perda de tempo e produtos, mas minha pele melhorou muito depois que eu passei a usar o sérum e o creme ao invés de um só. Se você sente que sua pele está meio méh e desidratada, talvez valha a pena tentar. Esse da Korres é um pouco caro, mas é bem levinho e ótimo para quem tem pele oleosa.

6. Protetor Solar - La Roche Posay

E no final: protetor solar. Sempre usei esse da La Roche por indicação da dermatologista, mas estou pensando em trocar porque senti que ele esta esfarela um pouco ao longo do dia. Alguém tem uma indicação?



É bem engraçado escrever tudo isso, porque parece que demora meia hora, mas a verdade é que eu demoro menos de cinco minutos fazendo tudo isso. Acho que realmente mudei minhas manhãs com essa rotina. Minha pele melhorou muito depois disso.

6.8.18

Veneza

Esse ano eu fui para a Itália a convite do meu tio. Ele precisava de ajuda com algumas coisas por lá e nos convidou para ficar algumas semanas. Como só iamos ajudá-lo por uma semana, resolvi passear por ai com o tempo que tínhamos.

Veneza foi nossa primeira parada. Chegamos de trem e fomos para o B&B (o que acabou sendo complicado porque se guiar na cidade num primeiro momento é bem difícil), deixamos as mochilas, tomamos um café quentinho e fomos passear.





Ficamos apenas um dia e meio, o que eu achava que ia ser o suficiente, mas é óbvio que não deu para ver quase nada. A cidade é bem cheia, principalmente nos caminhos principais que levam até a ponte Rialto e à Praça São Marco. A melhor maneira de se localizar dentro da cidade é seguir essas placas que aparecem de vez em quando. Funciona melhor que Maps.



As "ruas" são desiguais: algumas são super estreitas, acabam ficando quase impossíveis de se andar por conta dos turistas, outras são super largas e vazias.Os canais são sempre presentes, a cada pouco aparece uma nova ponte para atravessar.

Quando se chega na praça São Marcos, quase dá para respirar (se não fosse pela multidão). É um espaço enorme, o centro de onde foi um dos maiores governos de toda a Europa. Uma curiosidade: O famoso Leão de Veneza pode ser visto por toda parte norte da Itália. Todas as cidades que foram dominadas por Veneza foram obrigadas a colocar estátuas no centro. Se o leão aparece com um livro embaixo da pata, é porque a dominação foi pacifica. Se tiver uma espada, é porque teve que se usar força.





O Duomo é lindo por fora, são tantos detalhes que dá para passar um dia inteiro observando. A fila para entrar, porém, era desanimadora. Estava quase chegando no mar. Decidimos voltar cedo no dia seguinte.

Acabamos nem andando muito por lá durante o primeiro dia, já era quase hora do almoço e qualquer lugar ali perto ia ser muito mais caro. Fomos andando até acharmos algum lugar um pouco mais barato, em direção a "Academia". Para ser sincera eu nem sabia direito para onde ir, apenas seguimos caminhando.







Depois de comer um lanche (e cobiçar a mussarela de búfala do vizinho), seguimos andando. Entramos em uma exposição interativa do Leonardo da Vinci bem bacana (inclusive ela existiu por todas as cidades onde passamos).

Então chegamos a uma parte bem menos movimentada perto da Universidade. Lá tudo era bem mais barato e vazio, com mais locais caminhando, tomando café e sorvete. Fiquei imaginando como deve ser morar numa cidade como Veneza, onde tem turistas de todos os cantos transbordando e você tentando apenas chegar no seu trabalho.

Inclusive quão estranho deve ser ter que pegar barcos para ir para qualquer lugar. Até mesmo o coletivo é um barco grandão, com números e rotas.




Depois de descansar um pouco, voltamos para caminhar pela cidade e jantar. Acabamos vendo o show de acrobacias aéreas comemorando o solstício de verão. Foi uma surpresa bem legal.

Continuamos a andar pela "bordinha" da ilha e achamos um lugar muito lindo para ver o pôr do sol. Faltava um pouco de vinho e tudo seria perfeito. Mas não tem muito do que reclamar.



Encontramos uma igreja gigante (nas fotos meu irmão está do lado da porta para comparação). Sério, eu acho que nunca tinha visto uma igreja tão gigante na minha vida.




No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café e fomos para a praça são marco. Estava garoando um pouco então conseguimos pegar a praça bem vazia. Deu para caminhar bem mais fácil e entrar no Duomo sem nenhuma fila.





Lá dentro não de pode tirar fotos (apesar de muita gente ignorar as placas), mas é bem bonito. Essas igrejas são tão grandes e tão cheias de riquezas que a gente perde um pouco a noção de proporção.
Cada parte da igreja (tesouros, a tumba de São Marcos e o museu) são pagas separadamente. Para entrar na igreja não se paga nada.Vale a pena entrar no museu, no segundo andar. Muitas peças de artes diferentes, incluindo os cavalos de bronze.

Além disso, dá para ver a praça de cima. A vista é muito bonita.





Antes de ir embora passamos no palácio Ducal. O lugar também é surrealmente grande, era o lar (e a prisão) do Duque. Não que eu fosse ligar de ficar presa lá dentro: o lugar é quase maior que meu bairro.





Quero muito voltar para Veneza (rica, de preferencia) e ficar uma semana pelo menos. É lindo demais, não é fedido, como eu acreditava e é apaixonante. Quem sabe no inverno não tem menos gente?

Dicas: 
1. Perto da Universidade existem bancos e áreas para sentar. É mais vazio que perto da praça e tem algumas áreas maiores. Se você quiser comer lanche/marmita para economizar, procure alguma praça pois lá normalmente tem bancos e você pode comer sem ser incomodado.
2. Se quiser ver bem a praça, é bom chegar cedo. Fui um dia as 8:00 da manhã e estava vazio. Quando voltei as 10:00 já não dava para andar.
3. Pessoalmente não acho que vale a pena pegar o ticket do barco porque além da caro (7 uniões européias) é muito legal conhecer a cidade andando.
4. Google maps não funciona direito porque as ruas são muito estreitas. Você vai acabar se perdendo uma hora ou outra. Você pode tentar se guiar pelas plaquinhas (tem bastante da Praça São Marcos, Ponte Rialto e Ferrovia). 
5. Evite restaurantes perto dos pontos turísticos, eles são muito mais caros. Novamente: perto da universidade é mais barato.
6. Um ponto bem legal para ver o por do sol fica aqui e você pode sentar, tomar um sorvete e depois caminhar pela cidade de noite: é linda.

3.8.18

keep marching on

(ou: sobre saber das suas próprias limitações)

Alguns meses atrás eu ia escrever como esse ano estava sendo difícil. Minha cachorra adoeceu (muito), tivemos que ficar cuidando dela e dando comida na boca, carregando de um lado para o outro com visitas quase diárias à veterinária. Minha cachorra cresceu comigo - ficou comigo por mais da metade da minha vida. Foi muito difícil dizer adeus. Foi muito difícil levá-la aquela ultima vez, quando já sabíamos que não ia ser possível voltar com ela.

No meio disso tudo, um tio meu bem próximo estava em sua casa uma noite, disse "que dor de cabeça" e puff, caiu no chão. Depois de duas semanas em coma no hospital disseram que havia morte cerebral.

Isso são coisas da vida - são difíceis. Eu fiz uma das melhores viagens da minha vida, conheci lugares incríveis.

E um dia depois que voltei recebi a noticia que minha mãe tem câncer. Incurável. A médica tem esperança que é possível reverter a ponto de conviver e levar uma vida normal. Mas não tem cura.

Parece que desde o ano passado eu estou vivendo em "desventuras em série", mas sem um vilão mascarado querendo minha fortuna, só a parte das desgraças mesmo.

E mesmo com tudo isso, eu estou bem. Minha terapeuta disse que eu estou me mantendo ativa - cuidando da casa, fazendo comida, trabalhando, lendo - isso é mais importante porque eu me mantenho ocupada. E assim eu não tenho tempo de cair.

É claro que eu caio. Um dia ou outro eu não consigo dormir pensando em como as coisas estão. E eu choro muito. Eu quero chorar agora mesmo escrevendo essa linha. Mas não é sempre que a gente pode chorar.

Eu tinha decidido, apesar de tudo, fazer o BEDA esse ano. Eu fiz uma programação com todos os posts, planejamento, fotos que eu precisava tirar, coisas que eu precisava editar. Quase uma blogueira profissional. Eu cheguei até a programas posts.

Ai no dia 30 de Julho, precisei levar minha mãe no médico. Passamos o dia inteiro lá e eu cheguei exausta. Na minha visita para a terapeuta, disse que eu não estava conseguindo realizar meus projetos. E ela me disse que eu precisava conhecer minhas limitações e ser mais leve comigo mesma. Essa não era a hora para criar mil coisas porque eu só ia ficar frustrada. Eu não tinha muito tempo livre e o pouco tempo que eu tinha, eu precisava usar como eu precisasse. Se eu quisesse ir dormir, eu precisava escutar o corpo e dormir. Sem me culpar por não ser produtiva, por não estar fazendo nada.

Pensei em quantas vezes na minha vida eu não estava numa época conturbada mas eu sentia que precisava fazer tudo - exercício, ler, ver filmes, ser sociável, ter boas notas, ser ótima no trabalho.

Eu tinha planos enormes para esse ano e nenhum deles vai se realizar. Eu estou ficando bem com isso. Eu consigo viver um dia de cada vez. E quando tudo estabilizar, para o bem ou para o mal, eu vou ter que descobrir como viver com minha realidade. Lembrei dessa frase de We Are The Ants:
“We may not get to choose how we die, but we can chose how we live.
The universe may forget us, but it doesn't matter. Because we are the ants, and we'll keep marching on.”
E isso é para lembrar para mim mesma que tudo bem não cumprir tudo. Não preciso criar metas imaginárias na minha cabeça e não preciso me sentir mal se não as cumprir.

Isso tudo para dizer: não vai ter BEDA, mas vai ter alguns posts. Quero editar minhas fotos da Itália antes que eu deixe guardado para sempre e elas nunca vejam a luz do dia. Quero falar sobre alguma coisa, qualquer coisa. A vida não parou por conta de tudo - só para quando a gente morre. We'll keep marching on.

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