Eu fui viajar, uma das coisas que eu gosto muito de fazer além de ler, dormir e comer. Fui à Santiago e não sei explicar o quanto essa cidade me surpreendeu.Eu não esperava muito, é verdade, mas a cidade é extremamente limpa, as pessoas são simpáticas e te ajudam com tudo e tudo, no geral, é muito bonito e organizado. Me parece São Paulo, se fosse bem cuidada e cheia de parques.
(isso é uma das coisas que eu odeio em são paulo: a falta de parques urbanos e a dificuldade de acesso aos parques existentes. mas isso é um assunto para outro post.)
Não sei muito bem o que falar sobre minha viagem. achei que ia ser tempo demais, mas poderia ter ficado mais um mês, caso eu tivesse dinheiro o suficiente. Para ser sincera eu ficaria o resto da minha vida, se eu pudesse. Essa foi a viagem onde muitas coisas não ocorreram como eu achava. Achei que ia estar mais frio, mas a temperatura estava boa. Achei que ia ter uma companheira, mas acabei experimentando o tipo de solidão que eu não gosto (do tipo em que você não escolheu ficar sozinho - só foi trocado por algo mais legal). Achei que seria mais do mesmo, mas acabou que foi bem diferente de tudo que eu já fiz.
Essa foi minha primeira viagem sem meus pais ou "responsáveis" - uma viagem longa, para outro país aonde eu não sabia falar o idioma, aonde eu precisaria tomar minhas próprias decisões e me virar.
Na terapia a gente precisa pensar em algumas coisas que são difíceis e para mim uma delas é fazer as coisas por conta própria. Ou melhor, por iniciativa própria. mais cedo esse ano eu percebi que quase tudo que eu fiz na vida de diferente foi porque outras pessoas me forçaram a fazer. Só tirei a carta e comecei a dirigir porquê meu pai não parava de me encher. eu me formei e trabalho em áreas relativamente seguras para mim, porquê ninguém me forçou a fazer o que eu realmente queria.
A viagem me fez refletir bastante sobre isso e a agir. Quando as coisas davam errado eu precisava me virar e continuar - não tinha ninguém para arrumar por mim. Foi assustador (não só pela experiencia nova, mas porque a situação que eu passei foi bem assustadora e eu achei que ia morrer. Um dia conto sobre isso. Não peguem taxis em santiago).
Quando eu desci do avião dez dias depois de sair, eu não era a mesma pessoa. Isso é clichê demais, mas é a verdade, no meu caso. Não que eu tenha mudado drasticamente, mas uma pequena mudança aconteceu dentro de mim. Revirei os olhos ao reler isso, mas é engraçado. Mesmo a companhia (ruim) surtiu um efeito em mim. E a vontade de voltar a vida normal ficou cada vez menor.
Mas a vida segue. E, um dia, vou voltar à Santiago.
Vou dar algumas dicar aqui porque consegui várias dicas legais em blogs por ai: a melhor agencia que contatei foi a Indo ao Chile. É mais caro, mas vale a pena. A pior foi a AlphaTur, que contratamos em uma casa de cambio e trocaram o horário do passeio sem nos avisar. Acabamos perdendo o passeio e quase uma manhã toda.
Já falei mas vale repetir: não peguem táxis. Vão a pé, chama um uber, cabify, aprendam a voar, mas não peguem táxis. O metro é muito bom, mas você precisa comprar o bilhete pra aquele horário, então não compre adiantado. Se quiser usar ônibus, você precisa do cartão BIP, que também pode ser usado para o metro.
Vale a pena conhecer os pontos turísticos. Cerros, pátio bella vista, bairro Lastarria. Seja turista. Outros que eu não tinha ouvido falar mas valem a pena: Biblioteca Nacional (linda mesmo!) e o restaurante Barandiarán, que fica ao lado do Como Agua para Chocolate (que não fui e ainda por cima fomos quase jogadas para fora) e é muito delicioso. E vale muito a pena ir na casa do Neruda. Meu arrependimento foi não ter ido a todas as casas dele. Faça tudo isso a pé. Santiago é plana e dá para caminhar muito e olhar tudo.
Aliás sobre os "arredores": Valparaíso e Viña del Mar são lindos, mas vai ser muito difícil fazer tudo sozinho. Se quiser pegar um ônibus até a cidade e fazer um city tour é legal, senão fechar um pacote também é uma boa (acho que com a Indo para o Chile ia ser muito legal! Fui com a AlphaTur e não gostei muito, apenas o guia que é muito legal, mas o resto foi chatinho e tivemos que almoçar num restaurante pré-definido que foi caro e não tão bom).
Aluguei um airbnb no centro e fiquei com medo de ser meio perigoso, mas na verdade foi bem tranquilo. Segundo os chilenos que conheci eles é muito difícil ter assaltos a mão armada, o que é uma realidade para brasileiros. O airbnb ficou barato e deu para cozinhar, apesar de seus problemas (aka: banheiro que inundava).
No geral as pessoas são muito legais e vão tentar te ajudar sempre que possível. É raro gente que fala inglês, mas um portunhol já dá pra se virar. Uma coisa que fiquei chocada é o quão rápido os chilenos falam, fora as inúmeras gírias que usam cachai? Entendo espanhol bastante bem e tive muitas dificuldades. Se eles não quiserem que você os entenda, você não vai entender.
A definição de surra de fotos foi atualizada:
(todos vem as viagens que eu faço mas não vem a farofa que eu preciso fazer pra viajar)
2 comentários
Amei suas fotos. Sinto muita falta de fazer uma viagem por minha conta, justamente pelos motivos que você falou. Tenho 23 anos nunca fiz uma viagem sem "os responsáveis" e sinto que todas as minhas decisões foram muito tendenciosas, nunca fiz nada muito disruptivo ou diferente e me sinto meio presa por causa disso.
ResponderExcluirEnfim, me identifiquei bastante e agora quero ser sua amiga hahaha
Espero que o lance do taxi não tenha sido muito traumático.
Bjs
Eu já tinha pensado em viajar assim, mas só percebi a mudança depois de fazer.. Imagino depois de viajar sozinha seja ainda mais drástica a mudança. Pena que nem sempre dá pra sair viajando né :(
ExcluirVamos ser amigaaas <3
Estamos bem, mas foi bem assustador!
Beijos <3