1.6.17

Lidos: Maio (2017)

Mais um mês, mais um lidos. Esse mês foi um mês ok. Eu comecei um diário de leituras, um caderninho que eu vou anotando todos os meus pensamentos bagunçados sobre as leituras que eu estou fazendo.

Estou sentindo que minha relação com a leitura anda mudando um pouco também. Eu não estou tão concentrada em números e sim em tirar o máximo possível de um livro. Talvez tenha sido um dos livros que eu li esse mês, que me fez sair da caixinha e pensar incessantemente sobre ele.
Enfim, vamos:


#30 | A Court of Wings and Ruin | S.J. Maas | EN | ★★★☆☆
Esse era um dos livros mais esperados (senão o mais esperado) por mim esse ano. Terminar a saga da Feyre nesse ultimo livro foi legal. Ainda assim, sinto que me decepcionei com algumas coisas e evolui o suficiente como leitora para não conseguir deixar algumas coisas de lado.
Achei que a narrativa do começo do livro ficou um pouco preguiçosa. Tudo era contado ao invés de mostrado, o que fez com que eu não sentisse nem metade do desespero que eu deveria ter sentido. Mais pro meio do livro ela melhora, mas sinto que grandes partes foram cortadas então ficam uns buracos no meio. O final foi bem rápido também. Meio anti-climático.
Fiquei um pouco irritada com os personagens. Feyre, no começo, ficava sempre falando para si mesma o quão poderosa ela era, o quão rápido ela podia terminar com tudo e no fim, quando precisa mostrar mesmo, ela não dá metade do que promete. As irmãs da Feyre foram minhas preferidas. Gostei muito delas, juntamente com o Cassian e o Azriel (meus bebês lindos). E Amren, é claro. Acho que a Amren é uma das minhas personagens preferidas do mundo literário. Quero muito ler um livro só dela.
Agora Mor e Rhys. Ah, que decepção. Depois de ver que o Rhys é bonzinho, parece que a Sarah J Maas falou: ok, agora ele vai ser reduzido a par romântico e sedutor. Ele e a Feyre não tem discussões, os dois fazem sucessões de merda e o outro deixa passar e defende a qualquer custo. Isso não é legal gente, você pode discordar das pessoas que você ama.
E a Mor. Olha, gostei do caminho que a personagem dela (parece) que vai tomar. Ainda assim tem uma parte ali que me fez querer jogar o livro na parede.
Eu acho que o problema com os personagens do livro não é o fato deles terem falhas e sim das outras pessoas não brigarem com elas ou falarem umas verdades na cara delas quando elas são horríveis. Pareceu alguma coisa como "vamos ser horríveis e tudo bem, porque somos uma família." Não.
Eu gosto de personagens com falhas, personagens que tem uma moral meio cinza. Mas também gosto de personagens que falam a verdade um pro outro.
Achei que o Tamlin está caminhando para uma redenção, o que foi bom do ponto de mostrar que ele não é totalmente mal. O Lucien se redimiu um pouco, mas pelo visto ainda tem chão.
Ficaram muitas pontas soltas. Acho que vão ser lançados mais 5 livros, todos únicos, mas todos sobre esse universo. Pelo que entendi vão ser focados em casais diferentes. Não sei muito bem como me sinto sobre isso, me parece que é ficar tirando leite de pedra. (E ainda assim estou super animada com o livro do Azriel e do Cassian?)
Como final de uma trilogia, foi apenas satisfatório.



#31 | O Amor Nos Tempos do Cólera | Gabriel Garcia Marques | PT | ★★★★★
Quando eu comecei o livro, eu sabia pouco sobre ele. Então eu tinha algumas concepções erradas.
Primeiro: eu achei que seria muito mais complicado de ler. De fato, a linguagem desse livro não é tão simples, o narrador é prolixo e nem tudo segue uma ordem cronológica. Ainda assim, eu percebi que passando a primeira barreira da leitura, quando eu mergulhava na leitura, ela fluía de uma maneira excepcional.
Segundo: eu achava que essa era uma história de amor romântico e bonitinho. Pra mim essa é uma história tão romântica quanto O Morro dos Ventos Uivantes. Ou seja, não é. Acompanhamos várias formas de amar nesse livro e vemos que nem sempre elas são saudáveis. Vemos que nem sempre o amor é aquela coisa bonita, simples e descomplicada que aparecem nas novelas, filmes e livros. O amor é cru, feio e ciumento. Ele é persistente e obstinado. E nem sempre ele é correspondido.
No livro, acompanhamos três personagens: doutor Juvenal Urbino, Fermina Daza e Florentino Ariza. Quando mais novos, Fermina Daza e Florentino Ariza ficaram noivos, da maneira como era antigamente: sem trocar palavras pessoalmente, apenas por cartas e durante muito tempo. Fermina Daza acaba se casando com um médico, doutor Urbino. E então se passam cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias até que eles voltem a conversar.
Uma das coisas que gosto de fazer depois de ler clássicos é ler a opinião alheia. Assistir vídeos, ver resenhas, dissecar mesmo. Nesse caso, não achei muito material, apesar de muitas resenhas serem oito ou oitenta: ame-o ou odeie-o. Eu entendo os dois casos.
Os personagens não são perfeitos, assim como nós não somos perfeitos. O amor não é perfeito. Tem muitas coisas que acontecem no livro que fazem você desgostar um pouco (ou até odiar) os personagens. No fundo, esse não é um livro pra se amar ou odiar as pessoas nele e sim refletir. E ele me fez refletir muito.
Sinto que essa resenha ficou nada concisa.



#32 | The Thief | Megan Whalen Turner | EN | ★★★☆☆
Eu me interessei por essa série quando uma moça que odeia tudo no Goodreads disse que era boa. Por coincidência, ou destino, fica a gosto do leitor, no dia seguinte eu encontrei os dois primeiros livros da série por dez golpinhos cada no sebinho TLT.
Enquanto na maioria das vezes sou a primeira opção dizendo "que coincidência" e revirando os olhos para qualquer menção sobre uma força maior que guia a todos nós. Mas, algumas raras vezes eu encarno uma segunda Natalia, que acredita em destino, que considera a existencia de outros planos e na força do universo. Foi essa Natalia que comprou os dois livro.
Esse primeiro livro segue Gen, um ladrão nada discreto que acaba preso por não conseguir manter a boca fechada. Depois de algum tempo preso, ele é solto pelo Magus, um conselheiro do rei, para roubar alguma coisa muito importante.
É importante dizer que esse livro, o primeiro, é descrito como o mais fraco da série. Pra ser sincera, até o meio do livro ele é bem chato. São muitas coisas repetitivas, muita interação que você não entende. Da metade até uns 95% fica ok. E os últimos 5% fizeram ele ganhar duas estrelas. Sabe aquele gif do Andy de Parks & Recreations? Fui eu lendo esse final.
A construção de mundo é bem interessante. Acho que faltou um mapinha nessa edição pra poder entender melhor todas as andanças que aconteceram. Eu gostei como ocorrem inserções de histórias mitológicas dentro da história e de como essas histórias tem pequenas variações de povo para povo.
Acho que o final faz toda a história e os personagens fazerem muito mais sentido. Deu pra soltar aquele "ahhhh" de satisfação quando tudo faz sentido sabe?
Fiquei interessada para ler mais sobre esse mundo.



#33 | The Queen of Attolia | Megan Whalen Turner | EN | ★★★★★
Gente, que livro foi esse? Além de ter melhorado a narrativa e a escrita, esse livro foi muito mais adulto.
O livro começa mais ou menos um ano depois do final do outro, numa sequencia que parece bem confusa no começo e bem chocante no final. Novamente a autora usa bastante uma narrativa que esconde coisas do leitor e que quando você entende tudo fica surpreso e contente.
Nesse livro pudemos conhecer melhor os personagens, que no primeiro não foram bem explorados. Gen sofre uma mudança terrível e a maneira como seu personagem reage a isso é bem interessante. Conhecemos mais das rainhas de Attolia e de Eddis, o próprio pai do Gen também participa do livro.
A autora continua inserindo fábulas e lendas daquele mundo no meio da história, o que é muito legal. Novamente faltou um mapa na edição pra poder entender o mundo, porque agora conhecemos mais nações e países, o que torna muito difícil acompanhar tudo.
Esse livro, e talvez essa série toda, é bem diferente de outras séries que eu já li de fantasia. Ela tem quase um ar de fábula/história épica, sabe? Como uma história grega, aonde tudo acontece, os deuses estão ali presentes, um grande espaço de tempo de passa, a gente tem uma visão bem básica dos personagens, mas nada muito aprofundado e ela tem aquele ar de magia mesmo, sabem? Não sei explicar direito, mas talvez alguém entenda.
Ou seja, talvez não seja uma série pra todo mundo, com certeza não é uma série como Game of Thrones ou O Nome do Vento ou qualquer outra série que eu já li que segue personagens e seus dilemas morais e o dia-a-dia.
Quero muito ler os outros livros, mas como quero diminuir os livros sem ler na estante, vou esperar um pouco antes de continuar!


Segundo o goodreads estou adiantada na minha meta, ou seja: yey.

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