26.1.17

Sobre fazer macarrão

Ontem foi o aniversário de São Paulo. Meu namorado já me disse que eu não sei o que é descansar e eu meio que concordo. Eu acordei tarde e tinha planos de ir ao Jardim Secreto, mas acabei desistindo pelo tempo estranho de São Paulo.

E aquela indecisão de não saber o que almoçar, eu decidi fazer macarrão. Do zero. Fui influenciada por uma blogueira chamada Nana. Aliás o blog dela tem me influenciado a um bom tempo. Ela é meio-coreana e precisou voltar para a casa dos pais. Ela documentou a road-trip com muitas fotos legais, comidas deliciosas e palavras angustiantes que mostram o quão difícil tudo está sendo para ela.

Chegando na casa dos pais, a única coisa que está ajudando ela a sobreviver é cozinhar. E eu acabei me inspirando para tentar cozinhar um pouco também.

Uma das coisas que me surpreendeu foi quantos ingredientes vão para fazer macarrão. Farinha, ovos e sal. E só. Cozinha é uma coisa incrível mesmo. Não sei se a receita que eu segui é a mais correta, mas ficou bom. Não o melhor que eu já comi, mas pretendo fazer novamente para testar.

Cozinhar é uma das coisas que eu adoro. Adoro ver uma coisa que eu consigo comprar pronta ou comer em algum lugar e destrinchar e descobrir como é que é feito. Gosto de fazer isso com muitas coisas na vida, além da comida.



A proporção que usei de farinha:ovos foi de 100g para 1 ovo. Com 400 gramas fiz macarrão para duas pessoas. Se for ser sincera, acabei cortando os fios muito grossos. Note to self: o macarrão incha quando colocado na água.



O curso de francês está sendo muito legal, mas se eu for sincera é um pouco cansativo. Eu quase não tenho tempo de ficar em casa já que chego quase onze horas e saio antes das oito. E eu também sinto que eu sou uma das piores na sala, o que sempre me deixa um pouco frustrada. Fora que eu mal tenho tempo de assimilar o conteúdo ou fazer as lições.

Eu sempre fui a melhor. Ou tentei ser. Eu sempre tive as maiores notas, era a mais elogiada, cozinhei muito bem, leio muito. E as coisas que eu não era tão boa, como esportes, eu deixava de lado e desistia. Eu estou tentando não desistir do francês, mesmo que eu não seja a melhor. Às vezes ser ok também dá certo. Eu só preciso convencer a mim mesma disso.


Eu me sinto perdida. Eu sei que todos tem aquela visita da sindrome do impostor de vez em quando e talvez seja o meu aniversário chegando, mas cada dia mais eu me sinto mais desorientada. São tantas coisas que eu queria fazer e eu olho para trás e penso como foi que eu cheguei aqui? O que me trouxe aonde eu estou agora e, mais importante, essa vai ser minha vida para sempre?




Acho que eu não tive muito tempo para pensar esse mês. Eu estava correndo de um lado para o outro, mal conseguindo respirar. E quando eu fui parar para fazer macarrão, só eu, minhas mãos cheias de farinha e o barulho da chuvinha caindo lá fora, eu fui inundada por um monte de pensamentos. 

E pensar é bom. E estranho. E dói. É mais fácil não pensar.

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