foram quatro anos indo para a avenida paulista quase todos os dias. inúmeros cafés tomados. diversos cadernos escritos e dinheiros que eu deixei por aquela região. é engraçado pensar "não era assim antes" porque eu me sinto velha e só assim eu vejo como o tempo passou. quando eu comecei haviam hordas de gente de ong querendo seu dinheiro, pedindo só um minutinho e você precisava saber esquivar de todos. agora eles quase não existem. foram substituídos pelos hippies que vendem arte duvidosa e camelôs que vendem coisa comprada na 25 de março como sendo artesanal. você ainda precisa se esquivar deles.
foram diversas idas a livraria cultura do conjunto nacional, aonde eu entrava "só vou dar uma olhada" e as vezes saía com livros na bolsa e sem dinheiro na carteira. foram várias idas ao starbucks com os mais diversos atendentes. os mais memoráveis: a japa de olhos claros no starbucks da augusta, a moça de cabelos coloridos e o japa de cabelos super compridos (primeiro pretos depois cinzas) no do center 3. os atendentes atrapalhados do recém aberto da paulista e o atendente mais fofo que trabalha no shopping novo. obrigado a todos vocês por manterem meus niveis de cafeina alta e um sorriso no meu rosto por lembrar de mim mesmo que nunca falando muito. obrigada pela fórmula secreta para fazer uma bebida com gosto de ferrero rocher.
sobre a própria faculdade não há muito o que falar. a infraestrutura era péssima e só esse anos trocaram os elevadores, o que resultou em uns 3 anos de subir nove lances de escada diariamente. tio do elevador: você é igual ao cara do family guy e a gente gosta de você mesmo você sendo preguiçoso. à uma moça especial: obrigada por me deixar apertar todos os botões do elevador pra segurar meu professor chato. you are the best. moço do lab antigo: você é um lindo. moço do lab atual: você é meio creepy.
aos professores que eu tive: obrigada por me dar um pedaço do seu tempo. aos que fingiram que ensinaram: at least you tried. e renderam piadas que duraram anos. ser professor deve ser extremamente difícil, ainda com um bando de marmanjo achando que sabe mais sobre o seu trabalho do que vocês. há apenas dois ou três dos quais eu não agradeço de maneira alguma. vocês deveriam procurar outras profissões. aos mestres e professores-amigos que eu conheci: obrigada. truly. vocês me faziam sair de casa quando eu não queria mais. me fizeram ter sétimos e oitavos semestres maravilhosos. vocês provavelmente recebem pouco para o que fazem, tem que aguentar alunos birrentos e coordenadores relapsos. vocês são os melhores.
meu curso. não posso falar que você foi meu sonho. não posso falar que eu sempre quis ser programadora ou que a minha experiencia foi a melhor. você foi a opção mais segura para uma pessoa desesperada por se provar. mas você cresceu em mim e eu gosto do que eu faço. me fez aprender que fazer o que ama nem sempre (quase nunca na verdade) é uma opção. e que você não vai ser infeliz se não o fizer.
aos colegas: foi um prazer conhecer alguns de vocês. aos amigos que eu fiz: eu não sou uma pessoa fácil, mas vocês também não são. somos tão estranhos, malucos e amargos que combinamos perfeitamente. obrigada pelas palavras de apoio, às fofocas da sala, às indicações de livros e aos avisos. só há duas pessoas que eu nunca mais quero ver na vida. e a natalia que começou o curso provavelmente odiaria vocês pra sempre pelas coisas que vocês fizeram e falaram. mas a natalia de agora não se importa muito. uma frase que li e me mudou bastante: amanhã seguiremos nosso caminho, mas ele terá de suportar sua própria companhia desagradável até o dia em que morrer. (eu mudei, mas continuo amarga). é mais fácil seguir em frente do que ficar remoendo um sentimento tão ruim. afinal até para odiar requeremos energia. e energia não é algo que eu tenho sobrando.
para todos que me ajudaram (direta ou indiretamente), para cada sorriso que eu dei e fotografia que tirei, para cada novo canto que eu conheci, para cada coisinha que comprei, para cada passo que eu dei e café que bebi. até mais e obrigado pelos peixes.
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