17.8.17

Algumas músicas

Ou uma historinha das músicas da minha vida.

Fiz uma mini-tag (é tag mesmo será? quais são os requisitos para ser tag?) para falar sobre musiquinhas da minha vida. Olha que orgulho de mim. Podem fazer, se quiserem. #blogueira famosa

Minha música preferida
Talvez pra muitos isso seja difícil, mas para mim não foi. Read My Mind, do The Killers, tem sido minha música preferida fazem uns 7 anos pelo menos. Amo a melodia, amo o clipe, amo tudo.

Oh well, I don't mind, you don't mind
Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?
It's funny how you just break down
Waiting on some sign
I pull up to the front of your driveway
With magic soaking my spine
Can you read my mind?
Can you read my mind?




Meu ultimo álbum preferido
O Melodrama, da Lorde. Gostei muito do primeiro album dela, mas para mim esse último foi demais. Cada música que eu ouvia eu pensava: acho que não gosto tanto dessa. E já estava dando repeat infinito. Não consigo nem escolher minha música preferida. 

They say, "You're a little much for me
You're a liability
You're a little much for me"
So they pull back, make other plans
I understand, I'm a liability
Get you wild, make you leave
I'm a little much for
E-a-na-na-na, everyone

The truth is I am a toy
That people enjoy
'Til all of the tricks don't work anymore
And then they are bored of me
(Liability - Lorde)





Ultima música preferida
Acho que seria Florence + The Machine. Acho que a Florence tem uma voz incrível e acho que os clipes dela são meio bizarros, mas de uma maneira boa. Ouvi Delilah uma vez e não me impressionei. Ouvi novamente e agora não largo. O clipe é meio creepy, mas eu gosto.

I'm gonna be free
And I'm gonna be fine
Maybe not tonight





Uma música que me anima
Acho que seria a Grace Kelly do Mika. Apesar da letra não ser muito animada, acho que é uma música que eu sei cantar e saio pulando e cantando feliz. Recomendo.


I could be brown/ I could be blue
I could be violet sky/ I could be hurtful
I could be purple/ I could be anything you like
Gotta be green/ Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!



Uma música que me deixa na bad
Minha musica da bad (marca registrada) é a Free Bird do Lynyrd Skynyrd (alguém precisava avisar que não precisa usar tanto Y no nome né?) Eu adoro essa música, mas eu quase sempre fico na bad depois de escutá-la. Não sei se é a melodia, a letra, o que ela me faz lembrar. Um pouco de tudo.


If I leave here tomorrow
Would you still remember me?
For I must be travelling on, now
Cause there's too many places I've got to see
But, if I stay here with you, girl
Things just couldn't be the same
Cause I'm as free as a bird, now
And this bird you cannot change
And this bird you cannot change
And this bird you cannot change
Lord knows, I can't change




Uma cantora que eu gosto muito
MIA. A indiana que está se banhando no formol (ela tem quarenta anos gente!) é uma rapper demais. Não é o tipo de música que eu gosto muito, mas eu adoro as músicas dela. Ela canta sobre ser mulher, sobre violência, sobre a Índia, sobre refugiados. É a definição de girl power.

We know it ain't right, but we do it anyway
I think I wanna get a little active
There’s more to this than being your captive
New directions might need a little practice
I can make it little less destructive
You putting guards up
Outside my shop





Uma música que me lembra uma época especifica
Acho que Video Games da Lana del Ray, versão oficial me lembra a época da faculdade de Design. Me lembra de infinitas horas no ônibus, de amores impossíveis, de uma época que eu fico feliz de ter deixado para trás, mas ainda não superei completamente. Ela também me deixa um pouco na bad.

It's you, it's you, it's all for you
Everything I do
I tell you all the time
Heaven is a place on earth with you
Tell me all the things you want to do
I heard that you like the bad girls honey, is that true?
It's better than I ever even knew
They say that the world was built for two
Only worth living if somebody is loving you
Baby now you do



Covers que você ama
Amo muito o cover da Lucy Moon de Into You da Ariana Grande. Ela tem uma voz tão bonita e a música é meio crua, mas achei linda essa versão. Acho que foi removida por copyright (ugh), mas dá para achar o youtube pesquisando.
Outra que eu amo muito é da I Know Places da Taylor Swift, feita pelo Vance Joy.

Baby, I know places we won't be found in
And they'll be chasing their tails
Trying to track us down
Cause I, I know places we can hide
I know places, I know places
Just grab my hand and don't ever drop it
My love



Conheci recentemente e amei
Novamente no quesito voz deliciosa, letras bonitas e clipes bizarros: Bishop Briggs. Ela não tem muita coisa lançada, mas gostei de quase todas as músicas que ouvi. Ouçam: The Way I Do, River, Wild Horses e Dead Man's Arms.

Oh child, reaching for ya
Reaching for ya
Oh, but you will never know this love
Will never know this pain
Never know the way I feel for you
You will never know this touch
Will never know this shame
Will never know the way I want you to



E alguém ai, recomenda músicas legais? Músicas de bad? Músicas preferidas?

12.8.17

Lidos: Julho (2017)

Mês de Julho foi um mês super legal de leitura. Rolou a MLI: Maratona Literária de Inverno, promovida (que chique!) pelo Vitor do Geek Freak. Basicamente a regra é: ler o máximo que você conseguir. Tem também uns desafios que eu cumpri todos - participei no nivel hard, porque qual a graça de fazer coisas fáceis risos.




#40 | Inferno no Colégio Interno | Lemony Snicket | PT | ★★☆☆☆
A timidez é curiosa, porque, da mesma forma que a areia movediça, pega as pessoas de surpresa, e, também como areia movediça, faz com que as vítimas olhem para baixo.
Essa série segue sempre uma fórmula. Isso não havia me incomodado até esse livro.
Os órfãos Baudelaire chegam em seu próximo lar horrível com adultos imbecis e abusivos, para morar num lugar ruim e o conde Olaf vai aparecer disfarçado para tentar roubar a fortuna dos órfãos e é claro que ninguém vai saber que é o conde Olaf.
Talvez eu tenha lido esse livro num dia ruim, porque ele me irritou bastante. Gostei bastante dos dois trigêmeos Quagmire, achei uma quebra pequena na fórmula e na grande massa de pessoas ruins que existem nesse universo. Mas o resto foi meio ok? Eu já sabia o que ia acontecer. Todos sabemos.
E eu sei que os livros são para crianças, mas ao mesmo tempo que ele aborda temas sombrios (morte por incêndio, assassinato, pessoas tentando roubar a fortuna das outras e regras gramaticais) ele ao mesmo tempo subestima crianças de entender coisas simples.
Tô ranzinza. Espero que o próximo livro seja um pouco melhor, porque ainda temos oito pela frente.


#41 | Matéria Escura | Blake Crouch | PT | ★★★★☆
Eu suponho que ambos estamos apenas tentando lidar com quão horrível o infinito realmente é.
Esse é aquele tipo de livro que você fica louco querendo saber o que vai acontecer e não consegue largar até terminar. Comigo foi assim, quase literalmente. Terminei o livro em algumas horas e negligenciei tudo o que eu tinha que fazer. Valeu a pena.
O livro fala de Jason, um cara normal, vivendo com sua mulher e filho. Ele é professor universitário, mas poderia ter sido um grande cientista. Sua mulher também era uma artista que poderia ter feito muito sucesso. Mas os dois tiveram que abdicar as ambições para cuidar do filho que quando recém nascido teve vários problemas de saúde. Um dia Jason é sequestrado por um estranho mascarado. Quando ele acorda, ele está cercado de pessoas que ele não conhece - mas que o conhecem. Ou mais ou menos. Para eles, Jason é um cientista muito bem sucedido e brilhante. Ele só não é casado. E não tem filho. E nessa o Jason precisa entender o que aconteceu: se é uma pegadinha muito boa ou ele está ficando louco e imaginou toda uma vida?
Todos nós já nos perguntamos "e se?". E se eu tivesse continuado com aquela pessoa? E se eu tivesse mudado de trabalho? E se eu morasse fora?
Como eu já disse, achei essa história sensacional. Ela me parece muito um filme sabe? A escrita é bem informal, há muitas frases de uma linha e muitos diálogos, o que dá uma sensação de rapidez na leitura. Você fica querendo saber o que aconteceu e mais importante, o que vai acontecer.
Achei que a primeira parte foi um pouco previsivel mas do meio do livro em diante eu achei sensacional. Muitas vezes eu não conseguia parar de virar as páginas para saber como aquilo ia terminar e cada vez mais a história de desdobrava de jeitos que eu não previa.
Eu só não sei direito se é um livro que eu iria reler. Como todo bom suspense ele perde um pouco a graça depois que você sabe como termina.
Uma nota: a tradução está um pouco meia boca. Não sou de ficar notando muito, mas tem muitas frases que estão estranhas e outras traduzidas literalmente. Tipo "i got this" (que seria um "deixa comigo) para "eu tenho isso".

#42 | Hinterkind | Ian Edginton | PT | ★★☆☆☆
Essa HQ é uma mistura de distopia com fantasia e eu achei que era uma ótima premissa. Depois que os humanos são quase extintos pela Peste e a natureza começa a tomar conta das cidades, outras criaturas fantásticas de contos de fadas, lendas e mitos voltam para tentar reconquistar seu espaço de direito.
Enquanto a premissa é legal, acho que ficou tudo meio jogado. Acompanhamos três núcleos e acho que isso ficou um pouco demais pro formato de HQ.



#43 | Northanger Abbey | Jane Austen | EN | ★★★★☆
“There is nothing I would not do for those who are really my friends. I have no notion of loving people by halves, it is not my nature.”
Meu livro do desafio: Escrito por uma mulher.
Que livro amorzinho gente. Temos aqui Catherine Morland, uma moça de seus dezessete anos que ama ler romances (no sentido de livros e não romances românticos). Super esperta né? Acontece que naquela época ler livros que não fossem técnicos, cheios de informação, não era considerado uma coisa boa.
Quando os vizinhos mais bem abastados a levam a Bath, ela conhece um mundo diferente do seu próprio, cheio de bailes, danças, livros e novos conhecidos. Lá ela conhece Henry Tiney, um moço super simpático e sua irmã, Eleanor, que moram na Abadia de Northager.
Os famosos romances góticos são alvos de critica da escritora neste livro: as situações mirabolantes e macabras que eles narram são alvos de chacota. Em um ponto da história, a Cath está tão imersa e tão doida das ideias com esses livros, que só pela menção do General Tilney estar sozinho com sua mulher quando ela morreu, ela já tinha certeza absoluta que ele tinha matado a moça ou que ela estava confinada em algum canto da abadia.
Ela também é super inocente em vários outros pontos da vida, a ponto de não perceber pessoas flertando na sua frente ou os avanços de homens indesejados. Por mais que dê raiva eu lembrei de mim mesma. Somos duas tapadas.
O final foi um pouco... anti climatico?, achei que poderia ter sido melhor, mas ainda assim gostei tanto quanto o único outro livro que li dela: Orgulho e Preconceito.

#44 | Aniquilação Jeff VanderMeer | PT | ★★★★☆
Afastei esse absurdo da mente; algumas perguntas podem nos destruir por dentro se a resposta nos for negada por tempo demais.
Meu livro do desafio: Com menos de 200 páginas.
Li o livro em quase que uma tacada só, porque assim como Matéria Escura, ele faz você virar e virar páginas até você chegar no final.
Aqui conhecemos a bióloga ou Pássaro Fantasma, um apelido carinhoso que seu marido deu à ela. Ela e outras três mulheres vão a área X, um lugar secreto e envolto por uma fronteira que o separa do mundo "normal". Elas fazem parte da décima segunda expedição, fazendo parte de um grupo seleto de pessoas que entraram nesse lugar, incluindo uma expedição que cometeu suícidio em massa, outra em que os membros atiraram uns nos outros e outra nas quais os membros voltaram ao mundo normal sem ideia de como isso aconteceu e também mudados de alguma forma.
Enfim, o livro trás vários mistérios e nos convida a desvendá-los. Além dessa curiosidade, também tem uma atmosfera de thriller e um pouco de terror, principalmente quando algumas coisas bizarras começam a acontecer.
Eu não sei se gostei desse livro, essa é a verdade. Talvez eu tenha gostado ou eu seja apenas curiosa demais para largar alguma coisa que eu ainda não entendi.
Fiquei curiosa para ler as continuações, mas fico com o pé atrás de o final ser meio "meh".

#45 | O Grande GatsbyF. Scott Fitzgerald | PT | ★★★★★
Em meus anos mais vulneráveis de juventude, meu pai me deu um conselho que jamais esqueci:
- Sempre que tiver vontade de criticar alguém - ele disse -, lembre-se de que ninguém teve as oportunidades que você teve.
Meu livro de desafio: se passa em uma época importante.
Tentei ler o Grande Gatsby na época em que o filme estava para ser lançado e desisti. Na época eu não me interessava por narrativas sem romance bonitinho, heroínas salvando o mundo e outros clichês do YA. Alguns anos depois eu não gosto mais dos mesmos temas.
Então o Grande Gatsby veio novamente para minhas mãos e eu tentei o ler novamente. E dessa vez eu amei. A história já é bem conhecida: Nick Carraway é de uma família proeminente do Oeste dos Estados Unidos e vai à Nova York para tentar a vida na grande metrópole. Ele aluga uma casa modesta em um bairro de mansões luxuosas. Ali ele reencontra sua prima Daisy e o marido Tom. Mais tarde conhece o famoso Gatsby, um homem que dá festas luxuosas para qualquer um que apareça, regadas a muito jazz e álcool (o que na época era proibido pela lei seca). Ele e Daisy tiveram uma história juntos, mas a falta de dinheiro de Gatsby na época não permitiu que os dois ficassem juntos.
O livro faz críticas ao consumo desenfreado, o materialismo e ostentação que marcou os anos vinte. Gatsby esbanja dinheiro, se tornou um self-made man por meios duvidosos, dá festas todas as noites para que aquela mulher que mora do outro lado da baía o note. Daisy é materialista e muitas vezes dissimulada. Ela não ficou com Gatsby quando ele não tinha dinheiro, algo que ela dá muito valor. Tom é o típico americano ignorante que temos imagem. Ele é racista, misogeno e hipócrita. Tem casos extra conjugais e se opõe à qualquer liberdade das mulheres.
O Grande Gatsby é um pouco de tudo. Fala sobre o romance, sobre a projeção de sonhos e idealização de pessoas. Fala sobre como viver sua vida tentando agradar os outros ou uma pessoa em especial pode ser perigoso e te deixar com nada no final. Sobre amizade verdadeira e interesses, sobre amor e a morte.



#46 | American Gods | Neil Gaiman | EN | ★★☆☆☆
“All your questions can be answered, if that is what you want. But once you learn your answers, you can never unlearn them.”
Meu livro de desafio: livro que tem críticas ruins.
Vou ser sincera que to lendo esse livro desde O ANO PASSADO. Na verdade eu li até uns 60% do livro e tava muito devagar e falei "depois eu continuo" e nunca continuei. Ele tem resenhas ruins e por isso decidi que era hora de terminá-lo nessa maratona. Fico bastante chateada porque esse é um livro que "poderia ter sido". Fantástico, criativo, melhor livro. Enfim. Poderia ter sido, mas não foi.
Aqui seguimos Shadow, um ex-presidiário que é solto alguns dias antes de sua sentença porque sua mulher morreu num acidente. Depois disso, meio sem rumo, ele conhece o Wednesday, um senhor estranho que oferece um trabalho para ele que é bem estranho também. Logo descobrimos que esse senhor é um deus e esta tentando juntar vários deuses antigos para lutar contra os novos deuses que estão surgindo e planejam retirar esses deuses antigos da mente das pessoas e com isso, os matar.
Esse é um livro que é meio ame ou odeie. É bem raro um meio termo. Enquanto eu gostei muito da premissa, dos personagens, achei a narrativa, principalmente no meio/final bem arrastada. Nada acontece e o que acontece é bem irrelevante para a história no geral.
O Shadow é quase que engraçado de tão sonso, é uma sombra mesmo. Num determinado momento a mulher dele conta uma coisa pra ele, que é bem chocante e ele responde algo como "putz". Sério.
O Wednesday é super engraçado, assim como o Sr. Nancy (o Anansi. Já li o livro com os filhos dele.).
No fim acho que se ele tivesse sido escrito mais sucintamente dava pra ter tirado um proveito enorme deles.

#47 | Northern Lights | Philip Pullman | EN | ★★★★★
“You cannot change what you are, only what you do.”
Meu livro de desafio: livro que você comprou pela capa.
Eu não comprei esse livro exatamente pela capa, mas comprei essa edição pela capa.
Eu também não sabia muito bem do que o livro falava, sabia que as pessoas tinham um demon, que é tipo um animal que é a alma dela, tinham ursos polares e a Nicole Kidman era a vilã no filme (que eu não vi até o final acho).
Só que a história é tão mais legal do que isso. Desde o primeiro capitulo ficamos sabendo que existe o Dust (Pó? Pela referencia bíblica eu diria que é isso.) e ele afeta de alguma maneira as pessoas. Algumas crianças começam a sumir. Tem a universidade de Oxford. Gente, que demais!
O livro fala muito sobre religião, sobre alma, sobre bem e mal, sobre pecado, tudo contado pelos olhos da Lyra, uma criança de uns onze anos. Gostei especialmente como o autor explica o mundo e os demons conforme a história vai andando e não explicando tudo bonitinho. No começo tudo fica jogado na sua cara, mas incrivelmente não te deixa perdido na história. Você vai aprendendo aos poucos como tudo funciona e tá tudo bem.
De vez em quando a história conta o ponto de outros personagens, que faz com que saibamos um pouco mais sobre a história e sobre a própria Lyra, o que nos deixa mais curiosos sobre como aquilo vai se desenrolar. Fiquei meio desanimada no começo com o arquétipo do The Choosen One, mas parece ser um pouco diferente.
A Lyra é inocente e muitas vezes comete erros, mas gostei muito disso nela. Apesar de não ser a mais brilhante ela tem aquele jeitinho de quem aprende as coisas na marra e precisa se virar. Adorei os gypitians, principalmente o Farder Coram. E o Iorek. Queria o Iorek pra dar um abraço. O final foi tão triste, mas me deixou animadíssima para ler a continuação.

#48 | Iracema José de Alencar | PT | ★☆☆☆☆
Meu livro de desafio: livro nacional.
Tive que ler esse livro para o colégio e lembro que desisti na época. E por desistir eu digo: li uma página e larguei. Sei disso porque eu tinha marcado a página que eu parei. Risos. Pensei que dessa vez eu, muito mais lida e muito mais culta, adoraria o livro. Risos.
Não que ele seja um livro ruim. A história é cheia de símbolos e críticas aos portugueses e a colonização do nosso país sem qualquer estima pelas pessoas que já estavam aqui antes ou a cultura delas. Mas a linguagem. Como diriam meus conterrâneos paulistanos: mano do céu. Além de ser ultra descritivo, além do necessário, na minha opinião, é uma linguagem antiga. Só que vendo resenhas, descobri que até na época em que foi publicado haviam críticas a linguagem do livro.
Acho meio estranho lançar um livro com uma linguagem completamente fora da realidade, mas ainda assim, cá estamos em 2017 ainda falando dessa virgem dos olhos de mel. (Aliás, me surpreendi com a quantidade de vezes que o autor conseguiu escrever a palavra "virgem" por página.)
Talvez eu ainda não esteja preparada para isso. Talvez eu nunca esteja.
Fiquei interessada em ler a edição da Panda Books, que parece bem legal e menos chata do que a original.



#49 | Wintersong | S. Jae-Jones | EN | ★★★★☆
“Life,” he said softly, “is more than flesh. Your body is a candle, your soul the flame. The longer I burn the candle...” He did not finish.
“A candle unused is nothing but wax and wick,” I said.“I would rather light the flame, knowing it will go out than sit forever in darkness.”
Meu livro de desafio: livro que você não sabe muito sobre.
Estava de olho nesse livro fazia um bom tempo, mas só pela capa. Sim, a capa é linda. Todos julgamos livros pelas capas. Enfim.
Descobri que a história fala sobre a Liesl ou Elisabeth, uma menina/mulher com seus dezenove anos, vivendo com sua família num vilarejo do que me pareceu a Alemanha. A moça vive nas sombras do irmão mais novo, um talentoso violinista e de sua irmã mais bonita. Ela é uma filha dedicada e não é egoísta em quase nada. Até que sua irmã é levada pelo Rei dos Goblins, que procura uma esposa, e Liesl se oferece como tributo em seu lugar.
Até quase o fim, eu não sabia se tinha gostado muito do livro. A escrita é muito bonita. A autora escreve de um jeito poético mas não a ponto de fazer umas metáforas bizarras. Ainda assim, ela escreve com muitas metáforas e explicações de música e partituras. Não sei o que as coisas significam nem em português, imagina em inglês. Creio que uma pessoa que entenda o que significa C menor e outras expressões musicais se divirta muito mais que eu. Aliás, isso atrapalhou um pouco, porque ela diz coisas assim e eu ficava: ok, mas isso é bom ou ruim? Me senti lendo inglês pela primeira vez, exceto que dessa vez eu não podia jogar no google e falar "ok, isso significa isso".
O romance também é um pouco estranho, mas creio que isso se deve ao desenvolvimento lento.
O final ficou aquele gosto meio amargo na boca? Num ponto da história estão contando histórias e surge a pergunta: Does this story have a happy ending? You'll have to tell me. E essa é meia a ideia. Não dá pra saber se é feliz ou não.

#50 | Ms. Marvel: Apaixonada | G. Willow Wilson | PT | ★★★★★
- Mio Ragazzo, você acabou de cair na zona da amizade.
- Amizade não é uma zona, seu idiota! Amizade é algo real e bom e qualquer um que não entende isso precisa de um dicionário.
Meu livro de desafio: livro com pontuação no título.
Esse era o único "livro" que eu tinha com pontuação no título. (Isso é o tipo de coisa que só se repara quando você faz uma maratona literária).
Enfim. Amei muito esse volume? Foi o meu preferido até agora. A Kamala está treinando seus poderes, está interagindo com outros personagens do universo da Marvel. Aliás, eu fiquei meio perdida, porque o Loki apareceu aqui, mas aparentemente ele virou um mocinho? Eu super queria que tivesse um guia de "onde começar a ler" e o que você precisa ler para entender as histórias.
Mas voltando: amo as alfinetadas que essa história dá? Não só em preconceitos religiosos, mas também em coisinhas estúpidas e machistas como a famosa friendzone que significa: eu queria que a moça fizesse sexo comigo mas ela só queria ser minha amiga. Genial.
Acho que essa foi meu volume preferido - queria que Kamala Khan e Ms. Marvel ganhassem o prestígio que merecem.

E foi basicamente isso. Vou ser sincera que depois disso estou um pouco de ressaca literária. E gostei de participar de uma maratona, acho que participarei novamente no verão.

5.8.17

It's just another graceless night

(ou: uma surra de fotos)

No começo do ano eu passei uns dias em Curitiba com minha mãe. Quando comecei esse post, ele ia falar dia a dia o que eu fiz, o que eu gostei, o que não gostei, enfim, um guia da minha viagem. Mas a verdade é que eu me lembro poucas coisas dessa viagem. Minto. Me lembro de coisas que eu senti e impressões que eu tive, mas o que mais me marcou foi que essa viagem foi meu pico de ansiedade.

Eu fiz essa viagem "forçada", já que a alergia voltou no começo do ano e meus pais me fizeram tirar um tempo para descansar. Mal sabem que essa viagem foi tão estressante que me deixou mais doente que antes.

Muitas pessoas falam que são ansiosas. Acho que sentir ansiedade por uma coisa que vai acontecer seja boa ou ruim é normal. O problema vem quando essa ansiedade começa a aparecer em momentos que ela não deveria estar presente. Ou quando um pequeno problema se torna uma bola de neve na sua cabeça e você sente uma pressão no peito e não consegue respirar. Ou quando você sabe que precisa tomar uma atitude, fazer alguma coisa e a única coisa que você faz de fato é deitar - sem nem mesmo conseguir dormir, porque pra você sofrer você precisa estar acordado.

E eu sinto uma raiva descomunal de quando as pessoas falam que são muito ansiosas, risos, até demais, nossa, deveria tomar um remedinho, quando ela parece tão normal ou feliz. Então fico pensando se eu passo essa mesma vibe de que sou feliz e bem resolvida e desencanada quando de vez em quando sinto vontade de chorar na frente do computador do trabalho e colocar todas as minhas coisas no carro e ir embora pra sempre.

A viagem se resumiu a andarmos e andarmos e no tempo em que não estávamos andando eu estava deitada na cama do quarto de hotel pensando que tudo aquilo era um erro. Como eu tinha escolhido um hotel num lugar errado e perigoso, como eu tinha escolhido passeios errados, como eu era estupida por sentir medo de dirigir sozinha e estava gastando dinheiro com uber sem necessidade.

As vezes a ansiedade também te faz ver as coisas por um angulo diferente, um filtro distorcido da realidade. E como eu disse, a marca que ficou em mim não foi uma de finalmente conhecer um lugar que eu queria a muito tempo, de estar viajando e sem trabalhar um pouco, de me dar um descanso merecido depois de passar um ano infernal fazendo tcc. Ficou a marca daquelas tardes aonde eu não tinha força para fazer nada.

Com uma nova viagem se aproximando, esses sentimentos voltam novamente. As infinitas perguntas sem resposta. E se alguma coisa der errado? E se a gente se perder? E se a gente não conseguir se entender com as pessoas? E se minha amiga não gostar do roteiro que eu fiz? E se eu escolhi tempo demais?

O fato é que todas essas perguntas tem respostas simples. Se der errado nós tentamos achar uma solução. Se a gente se perder tem google maps e perguntar para pessoas. Eu sei bem espanhol e deveria ter confiança em mim mesma. Se ela não gostar, ela deve aprender a fazer roteiros e não deixar as coisas na minha mão. Pode até ser. E ainda assim é um tempo que eu posso usar para fazer o que quiser, explorar uma outra cidade ou sentar e tomar café em algum lugar o dia todo se eu quiser.

Mas é claro que é fácil pensar isso enquanto eu estou sentadinha em frente ao computador. É um exercício diário se lembrar que tudo vai ficar bem e transformar seus pensamentos. Andei pesquisando um pouco sobre isso e recebendo ajuda da terapeuta. Quanto mais você pensa negativamente, mais você vicia o seu cérebro a pensar assim e mais as coisas ruins acabam acontecendo. Sou uma pessoa um pouco cética, mas estou me esforçando para mudar.

E estou me esforçando ao máximo para lembrar coisas boas. E as fotos até que me ajudam muito.


































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