25.3.17

Done is better than perfect


Faz pouco tempo que comecei a escrever um pouco por dia em um caderninho. Um diário talvez? Na verdade eu não registro (não sempre) o que aconteceu naquele dia ou naquela semana. São mais como registros de pensamentos, tentando entender o que acontece na minha mente, tentando desembaralhar as linhas que estão enroscadas dentro da minha cabeça.




Acho que é um exercício que recomendo a todos. Você consegue se conhecer um pouco melhor, eu acho. Apenas sente, pegue um caderno, uma caneta ou lápis e coloque as palavras no papel. Não precisam fazer sentido: só você vai ler aquilo. Não precisar me preocupar com concordância entre as frases, se tudo aquilo está fazendo sentido ou não, é libertador.





Num desses dias, eu me peguei pensando o quão perfeccionista eu sou e o quão eu deixo isso arruinar minha vida. Talvez arruinar seja dramático demais, mas pensando em tudo que eu já abandonei, em como eu me preocupo com todos os detalhes, em como eu estou constantemente me comparando com os demais, mesmo que não seja uma competição.

Eu sempre abandono coisas em que eu não sou a melhor. Abandonei violão, karatê, pintura, lettering e até mesmo a fotografia que eu tanto amo. É difícil para mim ver as outras pessoas e pensar "eu queria ser tão boa assim". Para muitos isso é um incentivo para aprender, continuar e persistir. Para mim é um abismo imenso, me lembrando o que eu não sou e que talvez eu nunca seja.

A possibilidade de nunca ser aquilo é assustadora.





Até agora é uma coisa que eu fiz quase inconscientemente. Eu desisto e evito pensar no porquê. Isso é algo que eu sempre fiz também. Evitar meus próprios pensamentos.

É mais fácil e menos doloroso simplesmente viver.






Só que eu estou tentando mudar. Recentemente conheci um canal de youtube de uma moça, que comenta sobre seus projetos e muitas coisas da vida, como produtividade, inspiração, pensar nos seus sonhos, suas metas.

Eu percebi que eu evito pensar no futuro. Evito pensar "eu quero abrir um restaurante" porquê eu sei que ele pode não dar certo e pode ser trabalhoso e eu posso me machucar.

É mais fácil e menos doloroso continuar onde eu estou.






Mas no final, feito é melhor do que perfeito. E eu estou presa aqui, com medo de seguir em frente. Só que eu não quero mais isso. E uma decisão é o primeiro passo, eu acredito.

Então eu tomei a decisão de tentar. É mais complicado do que parece. E ainda assim, eu estou tentando. Meu quarto está mais arrumado do que já esteve em 23 anos e eu estou conseguindo mantê-lo assim já fazem algumas semanas.

Eu começo a pensar nos projetos como coisas reais, palpáveis. Eu ainda tenho palpitações no coração de pensar no futuro, minha ansiedade me remoendo. E ainda assim, eu me sinto mais feliz, mais em controle da minha própria vida. É um sentimento estranho para mim.

Mas é mais fácil e menos doloroso do que continuar como estava.

8.3.17

Lidos: Fevereiro (2017)

Essa já é a hora que falamos que o ano está voando, que nem vi Fevereiro passar e etc? Pode até ser. Esse foi um ótimo mês de leitura. Aliás estou surpresa com meu ritmo: não estou me forçando a ler para cumprir meta, só estou preferindo leitura ao invés de séries (e olha que eu assisti algumas) e filmes (meu projeto pro Oscar flopou bonito).

Outra coisa que descobri esse mês: O serviço de Pré-Venda da Amazon é muito bom e eu sou melhor para ler quando compro um livro só. Muitas vezes eu acabo aproveitando a compra e comprando vários de uma vez, mas percebi que quando chega um livro só eu não deixo ele parado para sempre e leio o quanto antes.



#10 The Crimson Crown | Cinda Williams Chima | EN | ★★★★★
Hope is a dangerous thing, Raisa thought. Once kindled, it's hard to put out. It makes wise people into fools.
O último livro da série Seven Realms foi muito bom, assim como o resto da série. Fiquei chateada em ver o quão subestimada é essa série. Leiam!
Nesse último livro acompanhamos a, finalmente coroada, rainha Raisa. E é óbvio que algumas pessoas não estão afim de deixar que ela reine em paz, principalmente porquê Raisa raramente gosta de cooperar se algo não está certo.
Aliás isso é um ponto que me incomoda muito nos personagens desse livro: eles nunca estão nem ai para o reino e sim para seus clãs/grupos ou para si mesmos. E foi triste e ao mesmo tempo muito legal ver a Raisa tentando costurar todos esses grupos que se odeiam, fazendo-os cooperar.
Esse livro dá um novo patamar para a Raisa, mostrando que ela está ai para ajudar as pessoas do seu reino ou morrer tentando (quase que literalmente). Ela é uma pessoa que percebe que nem sempre as coisas são tão fáceis e se arrepende um pouco de criticar a mãe falando que "ela faria melhor". E dá para ver como ela se importa com o seu reino e a terra onde nasceu.
Já Han se envolve em um esquema bastante complexo, entrando para o conselho mágico e buscando ser o conselheiro oficial da rainha. Houveram tantos momentos que surtei achando que as coisas iam dar certo ou alguma coisa ia acontecer e quando acontecia eu ficava tão feliz. Com certeza, nesse quesito, o livro foi o mais legal, já que eu pude sentir felicidade por muitos personagens que foram "vingados".
Os personagens secundários ficaram mais importantes que nos outros livros, ganhando um maior destaque e participação dentro do enredo principal. Tem uma parte no final que foi tão linda que me deixou sorrindo.
Como livro final de uma série só posso dizer que valeu muito a pena. A série é complexa, aborda questões politicas, românticas e é cheia de personagens com nuances. O sistema de magia não é dos mais complexos, mas faz sentido. A autora lançou uma segunda série que se passa alguns anos depois e eu estou animadíssima para ler! E se pudesse pedir, queria muito um prequel que mostrasse a história de antes! Só posso falar: leiam essa série que vocês não vão se arrepender!

#11 Madame Chame | Jennifer L. Scott | PT | ★★★☆☆
Eu não sabia muito bem o que eu poderia esperar desse livro. Acho que no geral temos uma obsessão estranha (ou eu tenho, pelo menos) com os franceses. Nós olhamos para eles de longe, imaginando o que acontece para serem tão bonitos e misteriosos. Fazer o curso de francês me ajudou na questão da lingua e entender um pouco a cultura e quando vi esse livro, pensei que seria uma boa ideia para entender um pouco mais sobre o modo de viver francês.
Óbvio que por ser escrito por uma americana ele pode não ser cem porcento confiável. E eu já tinha visto resenha de outro livros que falam como é ser francês (Como ser uma parisiense em todo lugar do mundo) e achei um pouco... patético. Tipo de enviar flores para si mesma para fazer inveja para as pessoas. Como não li, não sei o quão séria a autora foi nesses conselhos, mas fiquei com um pé atrás nesses livros.
Acabou que o livro foi um misto dos dois. Não é que seja ruim, na verdade há dicas bem legais escondidas no livro, mas achei que algumas eram bastante óbvias e outras eram um pouco estranhas demais.
Uma das coisas que me irritou foi a obsessão com ser "chic". Comer em pé não é chic. Comprar em supermercado não é chic. Se vestir sem pensar não é chic. Acho que se você mora em Paris ser chic é algo interessante e desejável, mas queria ver as parisienses sendo chics na cidade de São Paulo ou no interior da Bahia. Talvez elas consigam, mas a autora propõe umas coisas que faz você revirar os olhos. Acho que ser chic é superestimado e talvez isso seja mais um problema meu do que dos parisienses ou da autora.
E também fiquei um pouco incomodada como ela usa o termo "respeito" tão levianamente. Para mim respeito é algo sério. Mas a autora diz que se vestir bem é uma questão de respeito por si mesma e aqueles que estão perto de você. Sério? Se vestir mal é desrespeito? Pode ser um erro de tradução, mas achei essa frase tão estranha.
Acho que as partes positivas tratam de como as francesas aceitam seus corpos e suas vidas. E como elas adornam essas coisas para parecer sempre um pouco melhor. Por exemplo: elas sabem os corpos que tem e comprar e vestem esses corpos e não os corpos que queriam ter. É muito mais fácil de se falar do que fazer, mas são pequenas coisas que você não pensa. Ou dos capitulos que mostram que o importante é ter confiança, fazer o que você gosta e usar o melhor que você tiver (e puder comprar).
Também gostei muito dos capítulos que falam sobre a comida e a relação com ela (tirando a obsessão com ser chic, é claro). De como precisamos parar e aproveitar a comida, ou o quão horrível é pensar em comida que você gosta como algo ruim (Esse bolo de chocolate que eu AMO! Pena que vou engordar um monte).
Para mim o livro valeu a leitura. Acho que cada um pode ignorar as partes que preferir, mas penso que ele tem pequenas lições ou coisas que te fazem pensar um pouco e que podem te ajudar a pensar melhor na relação que você tem com sua vida.

#12 | Arsène Lupin: O Ladrão de Casaca | Maurice Leblanc | PT | ★★★★☆
Arsene Lupin foi criado para ser um anti Sherlock Holmes. Enquanto Sherlock é um detetive brilhante, que conta com seu poder de dedução infalível e uma mente que impressiona, Arsène Lupin é tudo isso e muito mais: é um ladrão.
Algumas obras você precisa saber o contexto histórico para poder apreciar e nesse caso é um deles: os franceses e os ingleses não se dão muito bem (algo como Brasil x Argentina) e estão sempre dando indiretinhas e falando mal do outro. E esse livro mostra muito bem como isso funciona, com muitas partes aonde o bandido Arsène Lupin cita o detetive de Arthur Conan Doyle com desdém e até indiferença. Aliás, o Conan Doyle não gostou de seu personagem ser usado assim e desdenhado, então ameaçou um processo. Maurice Leblanc falou "tudo bem então" e mudou o nome dele para Herlock Sholmes. Não sei nem explicar o quão genial e pedante isso foi ao mesmo tempo.
O livro mostra nove das aventuras (um pouco interligadas umas com as outras, mas nada que seja muito importante) de Arsène Lupin. Diferentemente dos contos de Sherlock Holmes eles não são sempre casos. As vezes apenas acompanhamos alguma coisa que aconteceu a Arsène Lupin.
Achei a narrativa um pouco cansativa e confusa as vezes, não sei se por conta da tradução, principalmente nos contos aonde só acompanhávamos o que estava acontecendo, sem tentar desvendar nenhum mistério.
Mas é bem engraçado, principalmente quando mostra que ele não está a prova de falhas. (Mini spoiler: quando por exemplo estamos acompanhando uma cabine de trem e um homem ataca o outro e o amarra. E o narrador nos fala que o homem amarrado é o próprio Arsène Lupin, achando muita graça em tudo aquilo).
Se você gosta das histórias de Sherlock Holmes e quer ver um pouco de como seria o seu oposto, vale muito a leitura. E essa edição da Zahar é maravilhosa.

#13 Caraval | Stephanie Garben | EN | ★★★★☆
No one is truly honest,” Nigel answered. “Even if we don't lie to others, we often lie to ourselves. And the word good means different things to different people.
Eu estava de olho nesse livro desde o ano passado e comprei na pré-venda. E não me arrependi nem um pouco. Acho que se você ler muito sobre esse livro, vai acabar pegando um spoiler e isso vai acabar um pouco com sua experiencia de leitura.
A história se passa com as irmãs Scarlett e Donatella, presas ao seu pai abusivo e quando Scarlett consegue um casamento arranjado para "salva-las", apenas por um detalhe: ela nunca conheceu seu noivo. Só que antes de seu casamento, Scarlett recebe os convites para o tão desejado Caraval, um espetáculo/parque de diversões misterioso e mágico aonde nada é o que parece e sempre foi o sonho das duas de visitar. As duas vão para Caraval com a ajuda de um marinheiro misterioso e descobrem que elas fazem parte do jogo muito mais do que o imaginado. E quando Tella desaparece, Scarlett precisa encontrá-la, e mesmo sendo avisada que tudo o que acontece é parte do jogo, as vezes é difícil distinguir o jogo da realidade.
A narrativa é bem tranquila e a escrita da autora é proseada, mas não chega a ser demais (pelo menos não para mim). Isso combinado com um enredo de mistério, que te faz querer descobrir o que esta acontecendo e o que é real e o que não é, te faz virar páginas sem parar. Eu li umas duzentas páginas em uma noite e queria continuar até terminar.
A única personagem que realmente conseguimos ver é Scarlett, já que Tella está desaparecida e Julian, o marinheiro que ajudou elas a escapar de seu pai, é muito misterioso e sempre estamos tentando entender se ele é bom ou mal. Gostei como a Scarlett é uma pessoa boa e não é desviada de suas virtudes e morais pelo jogo, mas achei que as vezes ela me irritava um pouco. O pai das duas é um personagem muito abusivo e os outros permitem que ele o seja por conta de seu poder e dinheiro, mas no fundo ele é um pouco caricaturado. A Tella me irritou um pouco e acabei não gostando muito dela por razões de spoiler.
A única coisa que me desanimou um pouco foi descobrir que ele faz parte de uma duologia. Acho que ele seria muito interessante como livro único com grande mistério. Gostei muito!



#14 | Roube como um artista | Austin Kleon | PT | ★★★★☆
Não se limite a roubar o estilo, roube o pensamento por trás do estilo. Você não quer parecer seus heróis, você quer enxergar como eles.
Esse é um livro super curtinho sobre criatividade e inspirações. Descrito como "manual para o sucesso no século XXI" (o que eu acho um tanto exagero: não existem manuais para sucesso, principalmente na área de artes e design) em dez tópicos ele reúne citações, exemplos e reflexões básicas sobre coisas como: inspiração, mostrar seu trabalho, encontrar seu estilo e outras coisas que envolvem trabalhar com criação.
Li esse livro para o meu projeto de escrever um livro e achei ele bastante interessante. Roubo é um dos maiores tabus no mundo artístico e até mesmo coisas semelhantes demais são vistas sobre olhares ruins e uma chuva de críticas. Nesse livro ele ensina a "roubar" corretamente. Acho que a chave aqui é inspiração, ou o famoso "fake it until you make it". Você se inspira em quem você admira, até achar seu próprio estilo.
Acho que em questão de conselhos ele é um pouco mais amplo e direto do que o livro do Stephen King, mas também é mais geral, dando dicas para trabalhos criativos em geral e não só de escrita.
A leitura é super rápida, já que o livro é bem curto e pequeno (ele é quadradinho, cabe na mão) e acho que é válida caso você se sinta sem inspiração no geral, mas não vá esperando alguma coisa muito profunda.

#15 | The Graveyard Book | Neil Gaiman | EN | ★★★★★
You're always you, and that don't change, and you're always changing, and there's nothing you can do about it.
Neil Gaiman com certeza é um dos melhores escritores de livros de criança que não são realmente livros de criança. É meio como a Disney: você leva seu filho para assistir, mas acaba aproveitando mais do que ele.
A história acompanha Bod, apelido de Nobody (fiquei curiosa para saber a tradução!), um menino cuja família é assassinada quando ele é bebê e acaba sendo cuidado por fantasmas e criaturas estranhas em um cemitério, enquanto conhece todos os mistérios e aventuras: o indigo man, uma cidade cheia de ghouls, bruxas e amizades.
Esse livro quebrou meu coração  um pouco e o final me fez pensar muito sobre a vida. Você morre se nunca viveu de verdade? Todos os personagens trazem um senso de humor típico dos livros do Neil Gaiman e te fazem pensar sobre diversos assuntos.
O desenvolvimento de Bod é claro, afinal começamos com um bebê e terminamos com um adolescente, passando por todas as suas fases fofas e não tão fofas assim. Passamos pela solidão que ele enfrenta por não estar com suas pessoas e passamos pela solidão de ter que ir embora. É tudo muito bonito e acho que crianças não conseguiriam sentir tudo o que esse livro te faz sentir.
Essa edição trás algumas ilustrações muito bonitas. Fiquei animada para ler Coraline, do mesmo autor e para ver as edições ilustradas do Chris Ridell.

#16 | We are okay | Nina Lacour | EN | ★★★★★
“I thought that it was more likely the opposite. I must have shut grief out. Found it in books. Cried over fiction instead of the truth. The truth was unconfined, unadorned. There was no poetic language to it, no yellow butterflies, no epic floods. There wasn't a town trapped underwater or generations of men with the same name destined to make the same mistakes. The truth was vast enough to drown in.”
Acho que qualquer leitor, ao ler qualquer livro, se identifica com alguma coisa. Mas sempre tem um livro que é real. Você se identifica de uma maneira que nunca se identificou antes e ele ganha um pedaço no seu coração para sempre. E esse foi o meu.
A história fala sobre Marin, uma menina que "foge" apenas com sua carteira, uma foto de sua mãe e seu telefone. Seu avô, e a única pessoa de sua família, morre e ela vai embora, deixando tudo para trás. Ela ignora chamadas e mensagens de todos, até que sua amiga Mabel vai até ela, durante as férias de inverno em que ela está sozinha no dormitório da faculdade, e Marin precisa reviver tudo o que aconteceu com ela.
Acho que a primeira coisa que me assustou foi a maneira como a Marin pensa como eu. Vamos lá, talvez você tenha visto um texto sobre como é ser ansioso ou o que os seus amigos ansiosos e em depressão gostariam que você soubesse, mas caso você queria SABER como é, você precisa ler esse livro.
Foi até engraçado, pois na maioria dos livros eu sofro pelo personagem, pensando em coisas minusculas que não significam nada e nesse caso, eu não precisei imaginar. "Talvez ela tenha se cansado e queria ter ido embora", "Ela deve estar pensando que tem que ficar presa aqui comigo", "Talvez eu deva dizer alguma coisa apenas para quebrar o clima, mas eu não consigo". É muito simples na minha cabeça e muito difícil de explicar. E talvez por isso o livro fez tanto sentido para mim.
Os relacionamentos da Marin são mostrados de uma forma bem realista. Gostei que é um livro com personagens LBTQ+, mas não é um livro sobre discussões LBTQ+. Para ser sincera, talvez pela minha idade, é um pouco cansativo ver narrativas de pessoas se descobrindo, já que eu já me descobri faz tempo e meus problemas já não são "preciso sair do armário" e mais "preciso pagar contas". Acho que a melhor maneira de tornar sexualidades "normais" é tratando elas desse jeito (sem querer descreditar esse tipo de livros, mas é preciso perceber que depois disso tem  muito mais problemas na vida de pessoas de qualquer sexualidade).
E o relacionamento dela com o avô me doía de uma forma tão profunda e mesmo tão sendo (totalmente) minha realidade, foi sofrido para ler e eu sentia exatamente o que ela sentia.
Gostei muito das referencias que esses livro tem de outros livros, entre os principais: Cem anos de solidão, que eu não li e Jane Eyre, que eu li. Aliás, esse livro me fez repensar bastante minhas opiniões sobre Mr. Rochester. As metáforas não são sutis, mas elas servem tudo muito bem.
Esse livro virou um favorito e eu estaria mentindo se eu dissesse que eu não deixei passar algumas coisas, mas eu sinto que no final, ele me fez sentir coisas que nenhum livro sentiu antes. Com certeza é um livro que vou reler muitas vezes.



#17 | A Conjuring of Light | V. E. Schwab | EN | ★★★★★
"Life isn't made of choices," said Holland. "It's made of trades. Some are good, some are bad, but they all have a cost."
O ultimo livro da trilogia Shades of Magic estava sendo muito aguardado por essa pessoa que vos escreve. Estava na minha listinha anual do ano passado de lançamentos que eu precisava e eu não via a hora de chegar nas minhas mãos.
O livro começa momentos depois que o segundo termina, naquele cliff-hanger que a gente ama. Me parece que o livro foi como uma montanha russa de emoções, dava tudo certo, tudo errado, tudo certo, tudo errado, quase não dava tempo de tomar um respiro e descansar. Isso tornou a narrativa super rápida e me fez continuar virando as páginas e odiando o fato de ter que trabalhar de manhã.
Aliás, a proporção de momentos fofos x morte é assustadora.
Kell e Lila foram um "casal" adorável. Os dois se complementam de uma maneira muito legal, sem apagar um ao outro, o que as vezes acaba acontecendo em livros (e em relacionamentos de verdade também).
Já Rhy está mais maduro, a gente fica torcendo por ele. O menino precisa de uma coisa boa na vida porque nossa senhora. E essa coisa boa, como todos sabemos, chama Allucard. Esse ai também é outro que precisava de coisas boas na vida viu? Os dois passam por tanta coisa que você só espera que eles fiquem bem, seguros e felizes.
Os outros personagens estão lá e enquanto nos outros livros eles também estavam lá, mas apenas como coadjuvantes sem graça, nesse livro eles ganham corpo, história e sério. Nunca achei que ia gostar tanto de Emira mas aqui estamos.
Uma coisa que me deixou um pouco irritada apenas foi a falta de explicação. Eu realmente esperava que houvesse uma grande revelação sobre o passado de Lila e Kell, mas foi como um garçom que passa com o que você pediu na sua cara, mas é para outra mesa. Eu entendi o significado disso, mas ainda assim me irritou um pouco, talvez porque eu sou curiosa e gosto de saber de tudo.
A escrita da autora também é deliciosa. Essa foi uma das primeiras, senão a primeira, série que acompanhei desde que foi lançada e aguardei os livros saírem animada.
O fim de uma série que você ama é sempre agridoce. Você ama que a história se concluiu e aquele arco se encerrou, mas odeia que você não pode esperar mais livros sobre esse universo e esse personagem.
É uma trilogia que recomendo muito se você gosta de fantasia bem escrita.

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